(“I can’t breath”)
un suspiro que atraviese
la pandemia, la distancia
el miedo, el trauma,
el pánico ancestral del
prietocidio a tra ve san do
nuestros nombres en banderas
erguidas como Eguns que ya
no bailan, ni bendicen, solo se van
siguen de largo
larg…
¡unjú!
prietidad
prietidad encendida
prietidad encendida que ellos
intentan / apagar/on / mi pecho
tiene una llama igualmente os
cura y brillante que bebe
aire cuando esa noche
ilumina
con la luna riéndose
suelto yo
caliento
una vela
& enciendo un
poco más el
sueño
para que ojos
tan prietos vivan
en paz caminen
en paz fumen uno
en paz sueñen
en paz coman
en paz amen
demasiado
& duerman
tranquiles…
(nuestra paz
es que ellos
extermina)
&
solo
se disipen
cuando sea la
sagrada hora de Orun
(que aquí la
ley de blancos
profana siempre,
quiere robar el aire
que Oyá nos
concedió
divina).
[pa’ marcus, que sigue sonriendo]
.
§
.
marinera
“o seu nome eu escrevi
na areia
a onda do mar […]”
es salado es sagrado
es saudade el mar
eras tú tú eras
: en el sueño
de tantas eras
mareas arenas
luna llena era en el
otro hemisferio, sur
mientras aquí pantalla negra
el cielo-monitor medio blur
que misojos, imit
ando rompe-ola
salada s
agrada saudade
de ti ti ti,
_ _ _ esaba
_ _ _ eía
_ _ _ inera só
a _ _ _ gaba:
“eu não sou daqui,
eu não tenho amor”
.
§
.
Bahareque (el big bang del creacionismo)
curar no significa nunca más
va a doler,
feliz no significa nunca más
va a llorar
ser fuerte no es rigidez
(aquebrantable; hay algo
que aprender
de la fragilidad)
materia es una casa que nos habita en el
límite de la jornada. así el cemento
prometa eternidades, es de mariwó &
barro el recuerdo de la acogida
(paja, o clorofila morida, &
tecnología de tierra bien mojada
que la primera diosa, vieja, lenta, maceró)
perfección es el nombre de un dios:
lo pusimos a vivir en nuestro
error. no somos más
que polvo de las colisiones estelares,
somos, polvo de roce y el
disolver las estrellas:
un registro del fin
un fragmento de la nada
un silencio de vacuo
la memoria del brillo, del
brillo
& saudade
del infinito.
.
§
.
el presagio
:
en estos tiempos tan sombríos
conservémonos serenxs
cada movida de la lucha
siempre es más,
nunca menos
el fascismo es solo una cara
del miedo, y no del poder
mientras nutramos la esperanza
no nos van
a vencer
.
§
.
“ouvir história”
era una vez,
era una vez era una vez era una vez era una vez era una
era
era una
foz
era una vez y era una
tez era una tez y otra
tez: oscur
ana
era
arid
ez
era una es
pina era pu(n)z
ante una gu
erra
erra una vez
era una vez
erra una vez y erra una
voz
(era una v o z
era una VOZ
era una voZ
era una vOZ
era una VoZ
era una voz)
éramos
errantes
nosotros
nos
quisieron
nos(otros)
hicieron
ras
vosotros
pero som
y s O m
y SoM
y SOM
y s o m
y so M
y som
y somos
era
vez
tez
voz
y somos
foz:
pieles-mares
navegantes
delirantes
trans
bord
antes
era una, nosotrs
nosotrs hay Eras:
u n a
(en la)
(não)
(?)
y somos
si nosotrs Somos
tez
una Era tez
una Era t e z
una Era t e Z
una Era t E Z
una Era T E Z
una Era TE Z
una Era TEZ
Una Era voz
y todas
de repente
mente voz
se hizo de una vez:
“era um era dois era cem […]
tinha um que jurou
me quebrar
mas não lembro de dor
nem receio
só sabia das ondas do mar…”
.
‡
.
(“I can’t breath”)
um suspiro que atravesse
a pandemia, a distância,
o medo, o trauma,
o pânico ancestral do
pretocídio en tor nan do
nossos nomes em bandeiras
hasteadas como Eguns que mais
não dançam, nem bendizem, só vão
embora
emb…
ê!
pretidão
pretidão acesa
preditão acesa que eles
tentam / apagar/am / (m)eu peito
tem uma chama igualmente es
cura y brilhante que bebe
ar no que essa noite
ilumina
de lua rindo
frouxo eu
aqueço
uma vela
y acendo mais
um pouco o
sonho
de que olhos
tão pretos vivam
em paz caminhem
em paz fumem um
em paz sonhem
em paz comam
em paz amem
demais
y durmam
tranquiles…
(nossa paz
é que eles
extermina)
y
só
dissipem
quando for na
sagrada hora do Orun
(que aqui a
lei de branco,
profana sempre,
quer roubar o ar
que Oyá nos
concedeu
divina).
[pra marcus, que segue sorrindo]
.
§
.
marinhêra
“o seu nome eu escrevi
na areia
a onda do mar […]”
é salgado é sagrado
é saudade o mar
era vc vc era
:no sonho
de tantas eras
marés areias
lua cheia era no
outro hemisfério, sur
quanto aqui tela preta
o céu-ecrã meio blur
que meus olho, imit
ando rebentação
salgada s
agrada saudade
de vc vc vc,
—ejava
—ulhava,
—inhêra só,
a—gava:
“eu não sou daqui,
eu não tenho amor”
.
§
.
Taipa (o big-bang do criacionismo)
curar não significa nunca mais
vai doer,
feliz não significa nunca mais
vai chorar
ser forte não é rigidez
(aquebrantável; tem alguma coisa,
na fragilidade, pra se
aprender)
matéria é uma casa que habita a gente no
finito da jornada. mesmo que cimento
prometa eternidades, é de mariô y
barro a lembrança da acolhida
(palha, ou clorofila morrida, y
tecnologia de terra muito molhada
que a primeira deusa, velha, lenta, macerou)
perfeição é o nome de um deus:
botamos pra morar na nossa
falha. a gente é nada mais
que poeira das colisões estelares,
a gente, poeira de toque e o
dissolver as estrelas:
um registro do fim
um pedaço do nada
um silêncio de vácuo
a memória do brilho, do
brilho
y saudade
do infinito.
.
§
.
o presságio
:
nesses tempos tão sombrios
conservemo-nos serenxs
cada movida da luta
sempre é mais,
nunca menos
o fascismo é apenas uma face
do medo, e não do poder
enquanto nutrimos a esperança
eles não vão
nos vencer
.
§
.
“ouvir história”
era uma vez,
era uma vez era uma vez era uma vez era uma vez era uma
era
era uma
foz
era uma vez e era uma
tez era uma tez e outra
tez: escurid
ão
era
arid
ez
era uma es
grima era xadr
ez uma gu
erra
erra uma vez
era uma vez
erra uma vez e erra uma
voz
(era uma v o z
era uma VOZ
era uma voZ
era uma vOZ
era uma VoZ
era uma voz)
éramos
errantes
nós
nos
quiseram
nós
fizeram
rés
vós
mas som
e s O m
e SoM
e SOM
e s o m
e so M
e som
e somos
era
vez
tez
voz
e somos
foz:
peles-mares
navegantes
delirantes
trans
bord
antes
era uma, nós
nós há Eras:
u m a
(na)
(não)
(?)
e somos
sim nós Somos
tez
uma Era tez
uma Era t e z
uma Era t e Z
uma Era t E Z
uma Era T E Z
uma Era TE Z
uma Era TEZ
Uma Era voz
e todas
derrepente
mente voz
se fez:
“era um era dois era cem […]
tinha um que jurou
me quebrar
mas não lembro de dor
nem receio
só sabia das ondas do mar…”